É essencial identificar os sintomas da depressão e procurar ajuda médica, porque essa é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz alterações de humor, geralmente, caracterizada por tristeza profunda e forte sentimento de desesperança e baixa autoestima.

Os sintomas da depressão variam, mas geralmente incluem sentimentos persistentes de tristeza profunda, falta de interesse ou prazer em atividades, mudanças no apetite ou peso, distúrbios do sono, fadiga, dificuldade de concentração, baixa autoestima, amargura e culpa.

Pessoas com depressão podem experimentar sintomas físicos como dores inexplicáveis e tensão. Por isso reforçamos, é importante buscar ajuda médica se esses sintomas persistirem, pois a depressão é uma condição tratável.

Dados da OPAS (organização Pan-Americana da Saúde) indicam que a depressão é uma doença incapacitante que afeta cerca de 350 milhões de pessoas no mundo e resulta da influência de vários genes que atuam em conjunto com fatores ambientais. A gravidade, frequência e duração variam dependendo do indivíduo e de sua condição específica.

Quando uma pessoa próxima conta que está deprimida, muitas vezes nossa reação pode ser de ‘pensar quantas vezes nós a vimos chorando ou desanimada, e se esse não for o caso, questionar se é mesmo verdade’. No entanto, estar deprimido é mais do que estar triste1 e chorar o tempo todo. Às vezes, quem sofre de depressão mostra sintomas que, de acordo com o senso comum, não estão associados à condição, como perda de peso ou insônia1. Conhecer os sintomas pode ajudar na sua escuta empática e você pode ajudar essa pessoa a procurar ajuda médica e se recuperar.

Quando entendemos a depressão apenas como uma grande tristeza que não passa, é fácil enxergarmos esse estado como uma ‘fraqueza’ ou uma sensação passageira, facilmente superável. "Mas a sua vida não está tão ruim assim. Porque você está tão triste?"2, algumas pessoas podem questionar!

Muitas vezes uma pessoa deprimida não consegue sequer apontar especificamente para algo que ‘está dando errado’ e se vê paralisada em pequenos problemas aliados a uma baixíssima proatividade.

A depressão é uma doença séria, mas completamente tratável. No entanto, o tratamento pode ser longo e exigir, em alguns casos, o uso de medicamentos2.

Sintomas de depressão

É possível notar sintomas psíquicos e físicos, que variam muito. Mas, se houver suspeitas, preste atenção a condições repetitivas de humor deprimido, perda ou desinteresse pela vida, sentimento de culpa e fracasso, entre outros.

Alguns dos sintomas são claramente físicos, como movimentos involuntários, dores, ganho de peso, perda de apetite, sono em excesso ou insônia. E se alguns deles parecem contraditórios, é porque nem todos aparecem ao mesmo tempo. Essa é uma doença complexa e cheia de nuances, que pode se manifestar de maneiras diferentes de pessoa para pessoa2.

Atenção aos sintomas mais comuns de depressão:

  • Tristeza;

  • Humor deprimido, que se caracteriza por desânimo persistente, baixa autoestima, sentimentos de

  • inutilidade;

  • Perda de interesse em atividades que antes a pessoa apreciava;

  • Mudança de apetite;

  • Ganho ou perda de peso;

  • Insônia;

  • Dormir em excesso;

  • Perda de energia ou fadiga acentuada;

  • Movimentos físicos repetitivos, como apertar as mãos de forma constante e nervosa;

  • Sentimento de desesperança;

  • Sentimento de culpa;

  • Dificuldades para raciocinar, se concentrar ou tomar decisões;

  • Pensamentos de morte ou suicídio;

  • Irritabilidade, ansiedade e angústia;

  • Necessidade de um grande esforço para fazer coisas que antes eram fáceis;

  • Diminuição ou incapacidade de sentir alegria;

  • Sentimentos de medo, insegurança, desespero, desamparo e vazio;

  • Interpretação distorcida e negativa da realidade;

  • Diminuição do desejo e do desempenho sexual;

  • Dores e outros sintomas físicos sem uma causa aparente, como dores de barriga, azia, má digestão, diarreia, prisão de ventre, gases, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito.

Atenção aos seguintes fatores de risco

Considera-se vários fatores que isolados ou em grupo, podem desencadear um processo depressivo.

Conheça alguns deles:

Fatores genéticos: Ter familiares de primeiro grau (pais, irmãos) com histórico de depressão pode aumentar a predisposição de uma pessoa para desenvolver a condição.

Fatores biológicos: Alterações nos neurotransmissores, que são substâncias químicas no cérebro que regulam o humor, como serotonina, podem desempenhar um papel na depressão.

Eventos de vida: Acontecimentos estressantes na vida, como perda de um ente querido, término de relacionamentos, problemas financeiros ou traumas, podem desencadear ou contribuir para o desenvolvimento da depressão.

Histórico pessoal: Pessoas com histórico de doenças mentais anteriores, como transtorno de ansiedade, transtorno bipolar ou outros transtornos do humor, podem estar em maior risco de depressão.

Fatores ambientais: Ambientes familiares disfuncionais, abuso emocional, físico ou sexual na infância, bem como a exposição constante ao estresse, pode deixar a pessoa mais vulnerável à depressão.

Desordens hormonais: Alterações nos hormônios, como aquelas associadas à pós-parto, menopausa ou distúrbios da tireoide, podem influenciar.

Uso de substâncias químicas: O abuso de álcool, drogas ilícitas e certos medicamentos pode aumentar o risco de depressão.

Isolamento social: A falta de suporte social ou relações interpessoais saudáveis pode contribuir para a depressão.

Como a depressão é diagnosticada

O diagnóstico da depressão geralmente envolve uma avaliação completa realizada por um profissional de saúde mental, como um psicólogo, psiquiatra ou médico de clínica geral. A depressão é uma condição médica séria e complexa, e seu diagnóstico é baseado em uma combinação de sintomas, histórico médico e exame clínico.

Para muitas pessoas com depressão, estes sintomas podem ser graves o suficiente para prejudicar atividades do dia a dia, como trabalho, escola, vida social e relacionamentos2. Se uma pessoa próxima comentar com você que está com dificuldade de fazer algo que antes ela fazia com facilidade (como tarefas escolares ou assistir a um filme), fique atento.

Quem é mais propenso à depressão?

A depressão não escolhe gênero, idade ou condição social, por exemplo. Mas é bem comum afetar a população que está entre o final da adolescência e os vinte e poucos anos. Considerando-se todas as faixas etárias, estima-se que 16% da população sofra com depressão em algum momento da vida3. Entre os sexos, as mulheres têm mais propensão que homens.

Crianças e idosos também não escapam, e ainda que os sintomas sejam parecidos, existem sinais específicos nessas idades.

 

Os pequenos podem mostrar irritação, recusar-se a ir à escola, evitar o convívio social ou, no caso de adolescentes, consumo anormal de álcool e outras drogas. Já os mais velhos apresentam mudanças de personalidade, dificuldades de memória, dores, pensamentos suicidas e pouca vontade de sair de casa2.

Nem sempre a pessoa deprimida está disposta a procurar tratamento. Se você identificou um dos sintomas acima em uma pessoa próxima, esta é a hora que você pode fazer a diferença e ajudá-la a procurar tratamento, essa atitude pode ser crucial para a recuperação da pessoa com depressão2.

De acordo com uma pesquisa do instituto Datafolha, 7% dos brasileiros dizem que sua saúde mental é precária ou muito ruim. O número é maior entre mulheres (9%) e jovens entre 16 e 24 anos (13%). Um cenário que viu a venda de remédios psiquiátricos crescer em 58% entre 2017 e 2021, segundo dados do Conselho Federal da Farmácia.

Como tratar a depressão

O tratamento para depressão é medicamentoso e psicoterápico e conforme dados do Ministério da Saúde de 90-95% dos pacientes apresentam remissão total com o tratamento antidepressivo.

É fundamental que as pessoas com essa condição façam o tratamento, que pode ser realizado gratuitamente nos Postos de Atenção Primária, nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e ambulatórios especializados do SUS.

Lembre-se de que a depressão é uma condição complexa e as causas podem ser inúmeras. Cada pessoa é única e pode enfrentar diferentes fatores de risco para a doença. Se você ou alguém que você conhece tem sintomas de depressão, é importante buscar ajuda de um profissional de saúde mental, quanto antes.

Para concluir este tópico sobre os sintomas da depressão

Em última análise, compreender os sintomas da depressão é crucial para identificar e buscar ajuda para aqueles que estão enfrentando essa condição desafiadora, mas que é curável em até 90% dos pacientes.

A variedade e a complexidade dos sintomas mostram que a depressão vai muito além de simples tristeza. Há um comprometimento severo na qualidade do sono, alterações de apetite, sentimentos persistentes de desesperança e falta de interesse nas atividades cotidianas. É preciso ter cuidado para não confundir os sintomas com emoções.

É, portanto, imperativo que haja uma sensibilização e educação contínua sobre esse tema, visando combater os estigmas sobre a doença e, em contrapartida, oferecer apoio efetivo às pessoas que lutam contra a depressão. Ao reconhecer esses sintomas em alguém do seu círculo, ajude. Você, certamente, contribuirá para o caminho em direção à recuperação e ao bem-estar emocional dessa pessoa.

 

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Referências

  1. Depressão - OPAS/OMS - Pan American Health Organization. [acesso em 24 de Ago. de 2023].
  2. Depressão - UOL Drauzio. [acesso em 24/08/2023].
  3. Guia de doenças e sintomas - Hospital Israelita Albert Einstein. [acesso em 25 de Ago. de 2023].
  4. Depressão - Ministério da Saúde, Governo federal [acesso em 25 de Ago. de 2023].
  5. Depression - American Psychiatric Association [acesso em 24 de Ago. de 2023].
  6. Depression (major depressive disorder) - Mayo Clinic. [acesso em 24 de Ago. de 2023].
  7. What is depression? - American Psychiatric Association. [acesso em 24 de Ago. de 2023].
  8. Depressão e ansiedade: o que acontece quando se para de repente de tomar os remédios? BBC News Brasil [acesso em 05 de Set. de 2023].
  9. Imagens: Freepik

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