
mindfulness: o que é e como ajuda na saúde mental
Mindfulness é um estado de atenção plena que pode ajudar quem a pratica a lidar melhor com suas emoções e, possivelmente, aprimorar sua saúde mental.
Hoje, o volume de tarefas e obrigações que carregamos nos ombros é tão grande que, às vezes, acabamos vivendo no piloto automático. Por consequência, prejudicamos nossa saúde mental. Você já se sentiu assim?
Mindfulness é um conhecimento milenar cujo objetivo é justamente permitir a “atenção plena” no momento presente, um estado mental alcançado por práticas meditativas.1; E o que isso tem a ver com o fato de vivermos no piloto automático? Ao adquirir tal estado de consciência e auto-regulação da atenção, é possível perceber emoções, ansiedades e sensações à medida que surgem, sem suprimi-las.2; Assim, adota-se uma postura mais flexível diante delas.
Portanto, mindfulness funciona como um canal para que o indivíduo aceite suas emoções e tenha mais recursos para lidar positivamente com elas.3;
Como a mindfulness funciona
A prática, apesar de não ter relação com religião, é praticada pelos budistas e por outras tradições filosóficas há mais de 3.000 anos.4Entretanto,na medicina contemporânea, está presente apenas há cerca de três décadas. De acordo com Jon Kabat-Zinn5, um dos principais responsáveis pela sua ocidentalização, um dos grandes motivos para esse movimento é o fato de que a “mindfulness é a simplicidade em si mesma”. Trata-se, portanto, de parar e estar presente. E isso é tudo!6
Há diversas formas de atingir o estado de atenção plena, como praticar a consciência da respiração, fazer movimentos suaves de yoga ou simplesmente sentar-se em silêncio.7 A mindfulness é, portanto, voltada às atividades práticas, como o ato de respirar e o escaneamento corporal (reconhecer e sentir cada membro do corpo).7
Mindfulness e saúde mental
A relação entre mindfulness e saúde mental é reforçada pelo Ministério da Saúde, pois “pode ser usada como terapia clínica em pessoas que sofrem com depressão, esquizofrenia, compulsão alimentar, dores crônicas e até com usuários de drogas”.1; Não se trata, no entanto, de uma substituição a tratamentos medicinais convencionais, mas sim de um complemento às demais formas de tratamento.7
De acordo com a Universidade de Harvard, por exemplo, certos pacientes que sofrem de depressão não respondem aos tratamentos mais comuns, como a terapia comportamental e o uso de antidepressivos. A meditação baseada na mindfulness seria, então, uma alternativa para aprimorar a saúde mental da pessoa.8
Nos últimos anos, mais pesquisas sobre o impacto da mindfulness na saúde mental têm sido desenvolvidas, apontando a sua influência em indivíduos que têm dores crônicas, são deprimidos ou ansiosos. Há, ainda, estudos menores que procuram relacionar os efeitos da prática ao manejo de estresse pós-traumático, fibromialgia e psoríase.8
A mindfulness também pode reduzir o estresse, segundo um estudo9 conduzido na West Virginia School Osteopathic Medicine, nos Estados Unidos. O foco da pesquisa foram estudantes de medicina, um grupo bastante sujeito a desenvolver altos níveis de estresse ao longo de sua jornada de estudos.9
“Se há uma prática que lhe permite encontrar paz e clareza, manter o foco e não ficar tão sobrecarregado (pela escola de medicina), ela será, sem dúvida, a melhor coisa para você”, disse a autora do estudo, Jennifer Golden. “Essa é uma ferramenta útil para os alunos, e é algo que traz resultados”, completa.
A mindfulness e as mulheres
Outro estudo10, conduzido em 2017 pela Escola de Medicina da Universidade de Yale, concluiu que as mulheres se beneficiam mais da mindfulness do que os homens. A pesquisa incluiu 77 estudantes que participaram de seminários e práticas de meditação específicas.
Outro estudo10, conduzido em 2017 pela Escola de Medicina da Universidade de Yale, concluiu que as mulheres se beneficiam mais da mindfulness do que os homens. A pesquisa incluiu 77 estudantes que participaram de seminários e práticas de meditação específicas.
No caso dos homens, por outro lado, não foi possível traçar essa mesma relação de forma tão direta. Para os autores do estudo, isso significa que o sexo masculino e feminino reagem de maneiras diferentes às emoções. As mulheres tenderiam a internalizá-las, enquanto os homens fariam o contrário e as externalizariam com mais frequência.
Para os pesquisadores, os resultados também mostram que é preciso desenvolver abordagens diversas em relação à mindfulness, mais adaptáveis ao gênero e a outras características individuais.
A técnica, portanto, não é simples. As práticas da mindfulness servem de base para cultivar comportamentos positivos de saúde e promover a resiliência psicológica e emocional, para melhor enfrentar os desafios da vida.77Mas para que tenham poder terapêutico e transformador, é importante que os profissionais responsáveis respeitem a sua complexidade e desenvolvam as habilidades necessárias para apoiar os pacientes.11
Seja pela mindfulness ou por outra qualquer outra técnica, cuidar da saúde mental é importante. Pesquise, experimente e entenda qual se aplica melhor à sua situação. O Sistema Único de Saúde (SUS)1;, por exemplo, disponibiliza 18 práticas integrativas e complementares que atuam no aprimoramento da saúde mental. Você experimentaria alguma delas?
Referências:
SABRAGE.MDY.18.10.0312