Quando uma pessoa próxima conta que está deprimida, muitas vezes nossa reação pode ser de pensar quantas vezes nós a vimos chorando ou desanimada, e se esse não for o caso, questionar se é mesmo verdade. No entanto, estar deprimido é mais do que estar triste1 e chorar o tempo todo. Às vezes, quem sofre de depressão mostra sintomas que, de acordo com o senso comum, não estão associados à condição, como perda de peso ou insônia.1 Conhecer os sintomas pode te ajudar na sua escuta empática com a pessoa que está sofrendo e ajudar na sua recuperação.
Também é importante saber que a depressão se caracteriza pelos sintomas se manifestarem consistentemente por um período razoável de tempo, normalmente a partir de duas semanas. Um dia com insônia na semana, ou episódios de desânimo que vêm em dia e vão embora no dia seguinte podem não fazer parte de um quadro depressivo. Também é importante saber enxergar o contexto; um período de tristeza e sintomas depressivos após um acontecimento importante, como uma separação, é normal. Mas se a pessoa demora a voltar ao normal, aí pode ser que o transtorno tenha se instalado.
Quando enxergamos a depressão apenas como uma grande tristeza que não passa, é fácil enxergarmos esse estado como uma "fraqueza" ou uma sensação passageira, facilmente superável.2 "Mas a sua vida não está tão ruim assim. Porque você está tão triste?", alguns podem questionar. Para quem está deprimido, no entanto, não é tão simples - e ouvir o contrário não vai transmitir a empatia que ele ou ela tanto precisam nesse momento delicado. Muitas vezes uma pessoa deprimida não consegue sequer apontar especificamente para algo que "está dando errado", mas se vê afogada em um mar paralisante de pequenos problemas aliados a uma baixíssima proatividade.
A depressão é uma doença séria, mas completamente tratável1. No entanto o tratamento pode ser longo e exigir, em alguns casos, o uso de medicamentos.2
Sintomas de depressão
Os sintomas de depressão são: [3][4]:
- Tristeza;
- Humor deprimido, que se caracteriza por desânimo persistente, baixa autoestima, sentimentos de inutilidade;
- Perda de interesse em atividades que antes a pessoa apreciava;
- Mudança de apetite;
- Ganho ou perda de peso;
- Insônia;
- Dormir em excesso;
- Perda de energia ou fadiga acentuada;
- Movimentos físicos sem sentido, como apertar as mãos de forma constante e nervosa;
- Sentir-se sem esperança;
- Sentir-se culpado;
- Dificuldades para raciocinar, se concentrar ou tomar decisões;
- Pensamentos de morte ou suicídio;
- Irritabilidade, ansiedade e angústia;
- Necessidade de um grande esforço para fazer coisas que antes eram fáceis;
- Diminuição ou incapacidade de sentir alegria;
- Sentimentos de medo, insegurança, desespero, desamparo e vazio;
- Interpretação distorcida e negativa da realidade;
- Diminuição do desejo e do desempenho sexual;
- Dores e outros sintomas físicos sem uma causa aparente, como dores de barriga, azia, má digestão, diarréia, prisão de ventre, gases, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito.
Alguns dos sintomas são claramente físicos, como movimentos involuntários, dores, ganho de peso, perda de apetite, sono em excesso ou insônia. E se alguns deles parecem contraditórios, é porque nem todos aparecem ao mesmo tempo. Essa é uma doença complexa e cheia de nuances, que pode se manifestar de maneiras diferentes de pessoa para pessoa.2
Como a depressão é diagnosticada
Para alguém sair de um consultório com um diagnóstico de depressão, ele deve apresentar alguns dos sintomas da lista acima por pelo menos duas semanas.3
Para muitas pessoas com depressão, estes sintomas podem ser graves o suficiente para prejudicar atividades do dia a dia, como trabalho, escola, vida social e relacionamentos.2 Se uma pessoa próxima comentar com você que está com dificuldade de fazer algo que antes ela fazia com facilidade (como tarefas escolares ou assistir a um filme), fique atento.
Ela não escolhe muito idade, não, mas é comum entre o final da adolescência e os vinte e poucos anos. Na população adulta, um a cada 15 indivíduos é deprimido. Sim, é muita gente! Considerando-se todas as faixas etárias, estima-se que 16% da população sofra com depressão em algum momento da vida.3 Entre os sexos, mulheres têm mais propensão à depressão que homens.
Mas nem crianças e idosos escapam, e ainda que os sintomas sejam parecidos, existem sinais específicos nessas idades. Os pequenos podem mostrar irritação, recusar-se a ir à escola, evitar o convívio social ou, no caso de adolescentes, beber álcool ou usar drogas. Já os mais velhos apresentam mudanças de personalidade, dificuldades de memória, dores, pensamentos suicidas e pouca vontade de sair de casa.2
Nem sempre a pessoa deprimida está disposta a procurar tratamento. Se você identificou um dos sintomas acima em alguém próximo, esta é a hora em que você pode fazer a diferença: praticar a empatia e por meio dela ajudá-la a procurar ajuda pode ser o primeiro passo para recuperação.2
Referências:
SABRAGE.MDY.18.10.0339